quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Conhecimento nunca é demais!


O Blog da FLP é bem generalista, porque busca fornecer conhecimentos a todos os colaboradores, bem como visitantes externos.

Ao vermos algo interessante, sempre buscamos compartilhar com quem gostamos...sendo assim, sugira uma dica de leitura, um tema, um post para o blog, ele foi feito para interação entre FLP, colaboradores e público geral.

Recebemos um artigo bem interessante, que muitas vezes você pode até ter tido esta dúvida e como conhecimento nunca é demais compartilhamos com você!




Doutor é quem faz Doutorado
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No momento em que nós do Ministério Público da União nos preparamos para atuar contra diversas instituições de ensino superior por conta do número mínimo de mestres e doutores, eis que surge (das cinzas) a velha arenga de que o formado em Direito é Doutor.

A história, que, como boa mentira, muda a todo instante seus elementos, volta à moda. Agora não como resultado de ato de Dona Maria, a Pia, mas como consequência do decreto de D. Pedro I.
Fui advogado durante muitos anos antes de ingressar no Ministério Público. Há quase vinte anos sou Professor de Direito. E desde sempre vejo "docentes" e "profissionais" venderem essa balela para os pobres coitados dos alunos.

Quando coordenador de Curso tive o desprazer de chamar a atenção de (in) docentes que mentiam aos alunos dessa maneira. Eu lhes disse, inclusive, que, em vez de espalharem mentiras ouvidas de outros, melhor seria ensinarem seus alunos a escreverem, mas que essa minha esperança não se concretizaria porque nem mesmo eles sabiam escrever.

Pois bem!

Naquela época, a história que se contava era a seguinte: Dona Maria, a Pia, havia "baixado um alvará" pelo qual os advogados portugueses teriam de ser tratados como doutores nas Cortes Brasileiras. Então, por uma "lógica" das mais obtusas, todos os bacharéis do Brasil, magicamente, passaram a ser Doutores. Não é necessária muita inteligência para perceber os erros desse raciocínio. Mas como muita gente pode pensar como um ex-aluno meu, melhor desenvolver o pensamento (dizia meu jovem aluno: "o senhor é Advogado; pra que fazer Doutorado de novo, professor?").

1) Desde já saibamos que Dona Maria, de Pia nada tinha. Era Louca mesmo! E assim era chamada pelo Povo: Dona Maria, a Louca!

2) Em seguida, tenhamos claro que o tão falado alvará jamais existiu. Em 2000, o Senado Federal presenteou-me com mídias digitais contendo a coleção completa dos atos normativos desde a Colônia (mais de quinhentos anos de história normativa). Não se encontra nada sobre advogados, bacharéis, dona Maria, etc. Para quem quiser a consulta hoje pode ser feita pela Internet.

3) Mas digamos que o tal alvará existisse e que dona Maria não fosse tão louca assim e que o povo fosse simplesmente maledicente. Prestem atenção no que era divulgado: os advogados portugueses deveriam ser tratados como doutores perante as Cortes Brasileiras. Advogados e não quaisquer bacharéis. Portugueses e não quaisquer nacionais. Nas Cortes Brasileiras e só! Se você, portanto, fosse um advogado português em Portugal não seria tratado assim. Se fosse um bacharel (advogado não inscrito no setor competente), ou fosse um juiz ou membro do Ministério Público você não poderia ser tratado assim. E não seria mesmo. Pois os membros da Magistratura e do Ministério Público tinham e têm o tratamento de Excelência (o que muita gente não consegue aprender de jeito nenhum). Os delegados e advogados públicos e privados têm o tratamento de Senhoria. E bacharel, por seu turno, é bacharel; e ponto final!

4) Continuemos. Leiam a Constituição de 1824 e verão que não há "alvará" como ato normativo. E ainda que houvesse, não teria sentido que alguém, com suas capacidades mentais reduzidas (a Pia Senhora), pudesse editar ato jurídico válido. Para piorar: ainda que existisse, com os limites postos ou não, com o advento da República cairiam todos os modos de tratamento em desacordo com o princípio republicano da vedação do privilégio de casta. Na República vale o mérito. E assim ocorreu com muitos tratamentos de natureza nobiliárquica sem qualquer valor a não ser o valor pessoal (como o brasão de nobreza de minha família italiana que guardo por mero capricho porque nada vale além de um cafezinho e isto se somarmos mais dois reais).

A coisa foi tão longe à época que fiz questão de provocar meus adversários insistentemente até que a Ordem dos Advogados do Brasil se pronunciou diversas vezes sobre o tema e encerrou o assunto.

Agora retorna a historieta com ares de renovação, mas com as velhas mentiras de sempre.

Agora o ato é um "decreto". E o "culpado" é Dom Pedro I (IV em Portugal).

Mas o enredo é idêntico. E as palavras se aplicam a ele com perfeição.

Vamos enterrar tudo isso com um só golpe?!

Lei de 11 de agosto de 1827, responsável pela criação dos cursos jurídicos no Brasil, em seu nono artigo diz com todas as letras: "Os que frequentarem os cinco anos de qualquer dos Cursos, com aprovação, conseguirão o grau de Bacharéis formados. Haverá também o grau de Doutor, que será conferido àqueles que se habilitarem com os requisitos que se especificarem nos Estatutos que devem formar-se, e só os que o obtiverem poderão ser escolhidos para Lentes".

Traduzindo o óbvio. A) Conclusão do curso de cinco anos: Bacharel. B) Cumprimento dos requisitos especificados nos Estatutos: Doutor. C) Obtenção do título de Doutor: candidatura a Lente (hoje Livre-Docente, pré-requisito para ser Professor Titular). Entendamos de vez: os Estatutos são das respectivas Faculdades de Direito existentes naqueles tempos (São Paulo, Olinda e Recife). A Ordem dos Advogados do Brasil só veio a existir com seus Estatutos (que não são acadêmicos) nos anos trinta.

Senhores.
Doutor é apenas quem faz Doutorado. E isso vale também para médicos, dentistas, etc, etc. (Grifo nosso)

A tradição faz com que nos chamemos de Doutores. Mas isso não torna Doutor nenhum médico, dentista, veterinário e, mui especialmente, advogados.

Falo com sossego.

Afinal, após o meu mestrado, fui aprovado mais de quatro vezes em concursos no Brasil e na Europa e defendi minha tese de Doutorado em Direito Internacional e Integração Econômica na Universidade do Estado do Rio de Janeiro.
Aliás, disse eu: tese de Doutorado! Esse nome não se aplica aos trabalhos de graduação, de especialização e de mestrado. E nenhuma peça judicial pode ser chamada de tese, com decência e honestidade.

Escrevi mais de trezentos artigos, pareceres (não simples cotas), ensaios e livros. Uma verificação no sítio eletrônico do Conselho Nacional de Pesquisa (CNPq) pode comprovar o que digo. Tudo devidamente publicado no Brasil, na Dinamarca, na Alemanha, na Itália, na França, Suécia, México. Não chamo nenhum destes trabalhos de tese, a não ser minha sofrida tese de Doutorado.

Após anos como Advogado, eleito para o Instituto dos Advogados Brasileiros (poucos são), tendo ocupado comissões como a de Reforma do Poder Judiciário e de Direito Comunitário e após presidir a Associação Americana de Juristas, resolvi ingressar no Ministério Público da União para atuar especialmente junto à proteção dos Direitos Fundamentais dos Trabalhadores públicos e privados e na defesa dos interesses de toda a Sociedade. E assim o fiz: passei em quarto lugar nacional, terceiro lugar para a região Sul/Sudeste e em primeiro lugar no Estado de São Paulo. Após rápida passagem por Campinas, insisti com o Procurador-Geral em Brasília e fiz questão de vir para Mogi das Cruzes.

Em nossa Procuradoria, Doutor é só quem tem título acadêmico. Lá está estampado na parede para todos verem.

E não teve ninguém que reclamasse; porque, aliás, como disse linhas acima, foi a própria Ordem dos Advogados do Brasil quem assim determinou, conforme as decisões seguintes do Tribunal de Ética e Disciplina: Processos: E-3.652/2008; E-3.221/2005; E-2.573/02; E-2067/99; E-1.815/98.

Em resumo, dizem as decisões acima: não pode e não deve exigir o tratamento de Doutor ou apresentar-se como tal aquele que não possua titulação acadêmica para tanto.

Como eu costumo matar a cobra e matar bem matada, segue endereço oficial na Internet para consulta sobre a Lei Imperial:

www.planalto.gov.br/ccivil_03/revista/Rev_63/Lei_1827.htm 

Os profissionais, sejam quais forem, têm de ser respeitados pelo que fazem de bom e não arrogar para si tratamento ao qual não façam jus. Isso vale para todos. Mas para os profissionais do Direito é mais séria a recomendação.

Afinal, cumprir a lei e concretizar o Direito é nossa função. Respeitemos a lei e o Direito, portanto; estudemos e, aí assim, exijamos o tratamento que conquistarmos. Mas só então.

PROF. DR. MARCO ANTÔNIO RIBEIRO TURA , 41 anos, jurista. Membro vitalício do Ministério Público da União. Doutor em Direito Internacional e Integração Econômica pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Mestre em Direito Público e Ciência Política pela Universidade Federal de Santa Catarina. Professor Visitante da Universidade de São Paulo. Ex-presidente da Associação Americana de Juristas, ex-titular do Instituto dos Advogados Brasileiros e ex-titular da Comissão de Reforma do Poder Judiciário da Ordem dos Advogados do Brasil.

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Dica de Leitura FLP!

A menina do vale


Nascida e criada em São Paulo, Bel estudou no renomado Massachusetts Institute of Technology (MIT). Durante a faculdade, trabalhou na Microsoft, Google e Deutsche Bank, e terminou vários cursos: Engenharia Elétrica, Ciências da Computação, Administração, Economia e Matemática, além de fazer programas em Liderança e Inovação.


Desde pequena, Bel gosta de criar idéias e começar projetos, e já esteve envolvida com muitas startups. Após se formar, resolveu viver no Vale do Silício, onde se respira empreendedorismo. Liderou três times de engenheiros na companhia americanaOoyala  e mais recentemente se juntou ao time fundador da Lemon . Apenas 3 meses após o lançamento, a Lemon já conta com mais de 1 milhão de usuários.
Bel é uma grande defensora de que todos os sonhos são atingíveis e de que a força está dentro de cada um de nós. Sua história possui episódios completamente improváveis e Bel acredita piamente que qualquer pessoa é capaz de alcançar os seus sonhos. Você pode conhecer mais da sua história nessevídeo  e no seu site pessoal .
Sempre dando o melhor de si, Bel recebeu diversos prêmios no MIT, na Microsoft e na Google, foi finalista de uma série de competições de planos de negócios e é uma Sandboxer  e TED Fellow , dentre muitos outros reconhecimentos.
Em Maio de 2012, Bel lançou um livro sobre como o empreendedorismo pode mudar vidas, A Menina do Vale. Em menos de um mês, a versão on-line teve mais de 500 000 downloads. A versão impressa, lançada em Agosto de 2012, entrou diretamente nas listas de mais vendidos da Revista Veja e do Jornal Valor Econômico.

Este livro pode ser encontrado para download grátis em ebook na internet.
Vale a pena a leitura!

Você tem a sua dica de leitura? envie ao RH, compartilhe com seus colegas, conhecimento e informação, nunca é demais.

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Motivação & Sucesso!

Muito ativas mas pouco produtivas.
Por Luiz Marins


Será que o que você está fazendo é o que você deveria estar fazendo?

Conheço pessoas extremamente ativas. “Mato um leão por dia” me disse um gerente orgulhoso de seu ativismo. Outro me disse: “dou o sangue pela minha empresa”. Será que as empresas dessas pessoas são de caçar leões ou são bancos de sangue ou mesmo vampiras que exigem caçadas de leões e doações de sangue?  Será que essas pessoas não caíram num ativismo inconsequente? Será que essas pessoas fazem o que deveriam fazer, ou fazem apenas poeira, estardalhaço, distribuindo estresse e mau humor em seus ambientes?

É óbvio que ser uma pessoa ativa, decidida, empreendedora é sempre desejável. Mas não podemos confundir pessoas ativas com pessoas ativistas, que vivem em atividade frenética e como mulas sem cabeça não pensam, não planejam, não hierarquizam suas prioridades de forma a fazerem o que deve ser feito e não apenas se mostram ativas como se isso representasse algum valor em si.  Não basta ser ativo. É preciso ser produtivo.

Conheço pessoas que se gabam de nunca ter tirado férias. Chegam muito cedo ao trabalho e são os últimos a deixar a empresa.  Será que essas pessoas têm uma vida familiar equilibrada? Será que têm capacidade mental para decidir com tranquilidade e equilíbrio? Será que sabem da importância do relaxamento e da meditação para a criatividade e a inovação? Será que essas pessoas estão dando o melhor de sua inteligência e de sua vontade para a construção do futuro da empresa, da satisfação dos clientes, do bem estar e do desenvolvimento da sociedade em que vivem? Não serão apenas ativas e pouco produtivas?
 
Temos que nos reeducar para que voltemos a pensar, cismar e questionar se o que estamos fazendo é realmente o que deveríamos  estar fazendo. Temos que  desenvolver uma enorme disciplina para parar. Temos que aprender a parar, nem que seja por alguns instantes. Parar para pensar. Parar para colocar as coisas nos devidos lugares em nossa mente atribulada por tanta informação e apelos emocionais desconectados de qualquer sentido racional. Temos que desenvolver a disciplina, para que o que comande nossos atos seja a inteligência e não o tempo, as emoções ou os apelos da mídia.

Será que tudo isso que você está fazendo, com tanta urgência e desespero é o que você deveria estar fazendo?

Pense nisso. Sucesso!